Sunday, June 26, 2005

Boémio ou não...

Era tarde, a realidade não passava de uma nuvem passageira e todos nós sabemos como os elogios e coincidências perseguem e mutilam a boa conduta a mando do desejo...
Os olhos pousam, finalmente, como que cansados de um vôo demasiado longo e cheio de pausas, sedentos de beleza, prestam-se a furar qualquer barreira na demanda pela alma há muito perdida na multidão. Volta-se ao ninho torturado pelo frio e solidão, procurando o abrigo nos lençois que parcamente satisfazem a saudade do calor há minutos irradiado pelo olhar profundo de alguém, um alguém que nos despe, as máscaras, que se despe à nossa frente tirando também a máscara, mostrando que a realidade está lá fora, presa do lado de fora, olhando-nos através da enorme janela da sinceridade que a impede de entrar... Os últimos momentos de consciência vão para o arrependimento, almofada solitária da noite fria, segurança dos passos que dizem não...

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