Monday, July 18, 2005

Anjo Caído

Algo espeta lah no fundo, adentro da carapaça, onde reside a fragilidade sensível, arrebata-me o momento, impõe-me o peso da solidão e do choque de perceber que nem tu nem ninguém está aqui, ao meu lado...

O vento passa fresco pela face enquanto vejo o chão a aproximar-se velozmente, faltam-me as tuas palavras para eu pairar, o teu sorriso para subir ao firmamento e dizer olá a toda e qualquer estrela, faltas tú... Única... Talvez até inexistente... Musa do meu suspirar.
Sem estas asas construidas de esperança em te encontrar, onde conseguirei eu chegar? Os meus pés já há muito conhecem o chão duro e rude que longe leva apenas os que nas promessas não encontram amor, os meus olhos já não conseguem ver para além do horizonte onde antes estavas tú, imagem esbatida, miragem do meu interior desejo de almejar...
Onde levam então estas marcas no chão? Que dizem agora os pássaros, agora que não os acompanho? Parece que já nem me encontro a mim próprio quando te chamo a ti...

Devolve-me a promessa da tua existência, a fugaz certeza do futuro calor que os teus braços me dariam ao te encontrar, o eclipse que tornaria de noite o mundo inteiro naqueles primeiros instantes, para que a nossa intimidade pudesse recuperar o que tanto aguardou que quase perdeu...

1 Comments:

Anonymous Anonymous ecoou...

Mergulha no mar

Quando estou à espera de tudo e ao mesmo tempo de nada...vou falar com o mar...
Mergulho sentindo-me e tornando-me mar...só ele me sabe responder...e muitas vezes não me dizendo nada..saio de lá apaixonada...nem que seja por uma estrela-do-mar...

zither

6:00 AM  

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