Thursday, June 16, 2011

my own sahara

Um deserto pisca-me o olho e eu respondo com um sorriso curioso, "onde estará o oásis que ainda ninguém conseguiu secar?", banho-me no sol acolhedor enquanto me vou apercebendo da sua riqueza, da forma como as suas dunas parecem ter sido pintadas à mão por quem comanda os ventos, como se nada fosse deixado ao acaso... o tom dourado do meio-dia que me deixa literalmente sem ar, a palidez eterna e calmante da alvorada. Tudo a conspirar contra a minha seriedade mental, trazendo-me mais ao encontro de mim mesmo...

Retiro-me

Vindo das profundezas da noite encontro-me a percorrer as ruas como se as sobrevoasse, sinto-me a fluir na mais central artéria da vida com o sangue da realidade... Não há rancor ou remorso, há apenas coisas por dizer, uma mão cheia de coisas que penso, acho ou sinto, que me fazem refém todos os dias, por temer as consequências. Tiro então a conclusão de que se não consigo viver o pleno por não poder dizer, mais vale o retiro para longe onde o silêncio é parte integrante, e condição, do viver...