Sunday, September 28, 2008

desencontros...

olho o infinito, tento procurar-me, talvez... mas é nos limites que me encontro, é naquilo que é real, nas coisas e factos da vida, que me vejo...

- 'tás muito pensador hj... pa onde eh k tás a olhar?
- Tava a ver a cidade... daqui de cima parece que está adormecida... que não há movimento, parece que daqui de cima vês apenas uma fotografia da cidade que na realidade está completamente viva por baixo deste manto que te dão a ver...
- tu és estranho...

parabéns

...é à noite que os fantasmas vêm, que me assaltam e levam o racionalismo para onde não me pode salvar... É à noite que me sinto vulnerável a ponto de não querer adormecer para não lhes dar espaço de manobra... É à noite que eles cavam o poço e o enchem de culpa para eu cair logo de manhã mal abro os olhos para o novo dia... Mas desta vez, desta vez não houve fantasmas, houve uma festa, de anjos que se chamam amigos e caras que reconfortam... houve um choro incalculável com um pai, houve uma irmã desaparecida e outra sempre presente (não visível) que trabalhava nos bastidores para que tudo corresse bem... Havia vergonha, mas uma vergonha natural de tudo o que não faço por mim próprio... No fundo, havia uma população que faz de mim quem sou a trabalhar em conjunto para tapar o poço e erguer um muro de confidências, de solidariedade, de conforto por saber que nunca estou sozinho...

...ainda que em sonho, foi a melhor festa de anos que tive em toda a minha vida...