Thursday, November 20, 2008

Pupilo

- 'tás a ouvir isto?
- O quê?
- Não sei bem... Parece uma harmónica... mas de onde vem?

É a divisão ao lado, aqui estamos seguros, aqui podemos ser nós... Reconfortados pela escuridão que um único sussurro corta, na qual os gemidos são contidos e o calor cresce à flôr da pele, para lembrar a cada um o quanto nos desejamos... Mas se quiseres podemos mostrar ao mundo o que queremos, ser um na expressão de sentimentos que há muito largaram as amarras do porto do preconceito e regras antigas... Podemos mostrar que não existe em nós vergonha, que em ti eu nado a olhar apenas para a lua, sem pensar na maré... A inconsequência faz-nos lembrar os tempos áureos da juventude, então porque não revivê-la? a juventude?

Tuesday, November 11, 2008

mark sandman...

Um pesadelo do qual não consigo sair, um agri-doce que me puxa e empurra para a solidão...
Revejo-me em cada gesto, em cada palavra, em cada frase que vos arrepia... eu sou isto, e não aquilo que andaram a amar nas vossas cabeças... eu sou sangue, destruição, eu sou a carne putrefacta nos vossos traumas recalcados... e ainda assim... sou o misterio que vos atrai, o sombrio que querem derrotar dentro de vós próprios, sou a verdade que querem saber mas não ver...
Sou o profeta que cheira a morte, sou o sorriso que esboçam em frente ao perigo, sou a parte por contar nas histórias de assustar criancinhas... sou aquele segredo que só partilham com o espelho da casa de banho...

Boa noite...

Saturday, November 08, 2008

não apareceste...

Uma espera que me remete ao infinito da paisagem, a lua já vem alta no céu azul bébé apressando a partida do sol que ainda tenta cobrir de calor a esperança daqueles, que como eu, esperam...
Uma nova partida, um novo encontro, a nostalgia vinda ao de cima, à superficie da pele, reclamando textura ao sonho.
Os cheiros trocam-se, partilham-se onde já só havia o gosto acre da rotina.
É o calor vindo de outrem, o aquecimento central numa câmara frigorífica...

Monday, November 03, 2008

ficção romântica "em italiano"

Antes dos seus olhos se cruzarem ele era um homem abençoado com a sorte de não conhecer o paraíso que se extingue.
Quando a mão sentiu a pele dela, soube imediatamente que deixara de existir qualquer possibilidade de alguma vez mais sentir uma textura tão doce...
Os seus lábios perderam as insónias de há tanto quando repousaram naquele berço de eterno repouso...

-Piacere... - disse ela.
-... piacere. - retorqui.

Sunday, November 02, 2008

Pandora

É como uma caixa de pandora, dirige-nos por caminhos escuros e incertos, é uma luz que brilha perto a mostrar o que antes estava para além da nossa compreensão...
é incrível como, se nos dissessem o que estaríamos a fazer e dizer agora nunca o compreenderíamos... se nos dissessem antes de a abrirmos... estou orgulhoso de todos nós... saímos da bolha da insegurança, da auto-ignorância, abrimos a caixa, e ela abriu-nos os olhos...