Sunday, February 22, 2009

damn analogies...

-É apenas um gato... é normal ele querer a tua atenção... além do mais, serve bem de botija de água quente, olha pa ele tão fofinho... diz lá que não gostas dele...

Ele é um gato, vem sempre para o meu colo cada vez que me sento seja onde fôr, tenha o espaço que tiver, enrosca-se ali e faz-me companhia durante o tempo que eu quiser, o tempo... que eu... quiser..? Se lhe dou demasiadas festas morde-me... primeiro só um pequeno aviso, mas se continuo lá vem a pata com garras à laia de canivetes... os dentes a desafiar a integridade da pele...
Aqui estou eu a partilhar calor com ele e, no entanto, cada um indiferente ao outro...

Se gosto dele?

-Claro que gosto dele, é o meu gato... e acho que ele também gosta de mim...

...na sua maneira de gostar de uma fonte de calor e satisfação de necessidades a cada estrago feito para chamar a atenção à tigela de biscoitos vazia... Aliás, acho que ele é um aviso para me lembrar de nunca me casar...

-Que é que tás a pensar?
-Nada, nada... tens razão, é tão fofinho...

arrogante? yeah, right...

...porque há momentos em que já não interessa a conversa de circunstância, mergulhamos naquele estado de apatia, de uma fome inexplicável de desconhecido... queremos aquela nova pessoa que nos quer ouvir, que sorve as palavras dos nossos lábios, queremos compreensão, mesmo que não acompanhada de concordância...

-Estou a sentir uma vontade enorme de chorar algo, de chorar uma obra prima... esculpi-la com lágrimas, gemer o seu conteúdo, recostar-me e olhar para ele... o retrato da minha anedonia...

Mas por vezes é impossível pormos o nosso interior a comunicar directamente com alguém... e ele vai-se afundando cada vez mais no nosso âmago... construindo trincheiras mais fundas, muros mais altos... fazendo-nos perder o interesse nas outras pessoas, deixando-nos à deriva, nos prazeres mais perenes...

Thursday, February 05, 2009

Ora bolas...

Se como einstein disse, o espaço é curvo, eu quero flutuar, andar acima dessa tela que me suga, puxa para ao redor de outrém... Quero seguir em frente e moldar o mundo à passagem, distribuindo gravidade como ausência, mostrar que o carácter pode ser medido pela influência exercida por não estar lá...
Mas prende-me um outro querer, um que vem das entranhas, a gritar sem som, a lembrar-me o que não tenho...

A corrente sou eu...