Sunday, August 28, 2005

Por vezes...

...Um quase sempre inunda-me a memória...


-Não consigo dormir... estás aí?

-Como sempre -responde ela ao meu ouvido- Respira fundo, está quase a passar...

-Eu sei, mas abraça-me só por este momento... Leva-me daqui...

-Fecha os olhos, vou-te contar a história de um pequeno homem que se sentia perdido no meio da cidade onde tinha nascido...

Permanências

Serei sempre um servo vosso, até cair, por lá ter estado, à custa de lá estarem quando precisei... Uma necessidade que vai para além da moral e da ética tantas vezes debatida, um estado de espirito de tranquilidade no meio da maior conturbação...

Obrigado.

Monday, August 22, 2005

Agosto em Lisboa...

A cidade aquece, suspira miragens pelo alcatrão enfermo
enquanto os miradouros a transformam
num calmo e quase espelhado mar...

O calor pinta as noites de insónias e frenesim
que quase derrubam o raciocínio.
As estrelas vão-me sussurando as suas memórias,
de miseráveis a puras essências de amor,
sempre boémias...

Descrevo-lhes a minha curta longevidade
e elas deixam de perceber o porquê
de estar eu ali a perder tempo ouvindo-as... ao invés de lá estar fora,
à procura do sentido da vida.
Sorrio sem saber a resposta e rapidamente elas percebem o meu desespero...


-Boa noite então...

-Boa noite.....

Saturday, August 20, 2005

Musa Sem Nome


Sedas, veludo, diamantes, esmeraldas, âmbar incrustado em prata, podia te oferecer tudo o que se assemelhasse à noção de beleza que me deixas na mente... Mas para onde mandar, se não sei o endereço? Como posso desejar e amar tanto alguém que não conheço? Passas por mim todas as noites sem me deixares um nome sequer, ou terás tú um nome meu conhecido pelo qual ainda não me lembrei de chamar? Embrulhamo-nos então à espera que nos tirem o laço e rasguem o papel que já não enfeita para além do que simplesmente somos... Dá-me só uma pista, o teu olhar passou a tortura sem a tua voz enquanto companhia, embriaga-me ao invés de comunicar, atira-me ao chão quando eu espero que o equilíbrio venha da tua pessoa...
Arrebata-me de uma vez... mas desta feita com cartão de visita...

Wednesday, August 17, 2005

Has despair gone far enough???

Porque é que as pessoas se resguardam no silêncio de não dar a conhecer? Escondidas pelo manto que fere mais que mil agulhas... Procuramos noticias nos comentários de um qualquer blog que sabemos que frequentam... Quão mais deprimente consegue ser o desespero??? O braço já está dorido de tantas vezes dado a torcer, juro a mim próprio que não o voltarei a fazer... Mas a culpa insinua-se nos meandros de afinal eu inibir pela suposta e dita força das minhas palavras, quem será pior? Eu que amedronto? Quem se deixa amedrontar pelo que pensa ser eu? Afinal não será a inibição provocada por si própria e emoções que persiste em manter enterradas por debaixo de tantos véus de insegurança??? Ao menos que eu lesse um comment por entre lágrimas de preocupação e saudade...


fico à espera... e desculpa se te amedrontei mais uma vez, se é que chegas a ler o meu blog...

Sunday, August 14, 2005

O mergulho

Mergulhei fundo e tentei abrir os olhos,

a penumbra entrou e inundou-me por dentro

criando a sensação de estar a ser engolido pelo meu próprio interior.

Por momentos pensei em me deixar ir, de encontro à escuridão que me faz,

legítimo,

criador...


Mas logo voltei, nadando em direcção ao que pensei ser o luar,

em busca do caminho de volta.

Assim que surgi à superfície, deparei-me com o que

(dEUS me perdoe) afastava o brilho da lua para um outro plano, obliterando-o.

Encontrei os teus olhos a pairar na mais bela das harmonias da estética,
piscando vivamente enquanto uma sinfonia me enchia os ouvidos...


"'Tás bem? Estiveste tanto tempo lá em baixo que pensei que lá fosses ficar..."

"Há um minuto atrás ficaria, mas parece que a vida me resolveu presentear com uma razão para sorrir..."


Debruçada sobre mim, e a água,
pincelada de rosa rubro pelo elogio,
sorriste...

e estendeste a mão num gesto que carregava afecto suficiente para levantar todo um mundo nos pés a suplicar por mais,
com uma festa limpaste-me a cara da água, que me era doce,
até sentir o mel que parecia escorrer dos teus lábios...


Hoje ia adormecer bem...

Monday, August 01, 2005

Promessas efémeras...

Agora apareces nos sonhos, como se me tocasses ao de leve, numa festa pela cara,
para que acorde entre o preenchimento de te ter conhecido e o vazio de mais um dia sem te ter...

Dás-te a conhecer em diferentes formas,
como uma contagem decrescente,
para um reencontrar derradeiro, único e inevitável,
onde as coincidências não existem e as certezas são inabaláveis,
como o que sinto por ti,
como o ar que respiro no teu interior e roubo aos deuses em cada momento que passo,
nos teus braços,
nos meus sonhos...

Já só me apetece dormir, para te conhecer melhor,
para mais uma vez acordar com a lufada de ar fresco e doce em que ainda sinto cheiro da tua pele,
para que menos um dia falte para o teu abraço,
e mais um dia viva de felicidade ao peito e teu nome no estandarte,
que envergo no alto da minha (auto)estima...

Se algum desses dias me cansar de esperar,
então adormecerei para sempre,
para sempre me aconchegar no teu sorriso,
que cada vez me parece mais completo e prometedor de tudo...