regresso...

...o choro amordaçado, a janela que não abre para um novo dia, aqueles primeiros raios de sol que eu não recebo, tudo o que podes fazer é chamar-me, e eu não vou... Tudo o que podes fazer é amar-me, e eu, amar-te-ei... Daqui do fundo do meu meu refúgio... a vida passa lá fora agora, e aqui só existem miúdas sem gosto... a fantasia impera, a anestesiar os meus sentidos, procurando mais, e de outra forma, qual "bestia cupidissima rerum novarum". Aqui as coisas são assim, e embora eu diga a mim próprio de que não passa de uma outra fase, a minha mente segue em frente pensando em "evolução"...
Estou aqui para perceber isso, para te lamentar, para fazer algo novo disto que parece velho e usado, sem resposta para mais... É tarde agora, devo dormir...

Viagem

De sobretudo ás costas e um esgar perante o horizonte, sigo, vou seguindo, a tentar não olhar para trás... A chuva disfarça as lágrimas e o vento tenta-me tirar o cachecol enquanto o cabelo voa, dança ao ritmo da minha passada... Não sei se quero chegar onde vou, mas estugo o passo por saber não querer continuar onde estou, as pessoas que passam por mim, sinto-as lá, mas como pequenos pormenores de um quadro, são-me quase indiferentes... Uma viagem não deveria ser assim...